Leishmaniose visceral: Perguntas e respostas frequentes
Documento elaborado pela equipe de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Florianópolis, em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil-SC, Ministério Público Federal e ONGs de proteção animal
1. O que é Leishmaniose Visceral?
É uma doença grave, de desenvolvimento lento e silencioso, que afeta pessoas e animais, principalmente os cães, causada por um parasita chamado Leishmania infantum. A leishmaniose visceral atinge, especialmente, a medula óssea e órgãos como baço e fígado.
2. Como as pessoas e os cães podem contrair a doença?
Através da picada de um inseto muito pequeno conhecido como mosquito-palha (chamado flebotomíneo), infectado com o parasita causador da doença.
3. Como posso saber se estou com essa doença?
Como os sintomas são muito parecidos com os de outras doenças, quem apresentar febre por mais de sete dias deve procurar uma unidade de saúde.
4. Como saber se meu cão tem leishmaniose visceral?
Os cães podem apresentar diversos sintomas que não são específicos dessa doença, como crescimento exagerado das unhas, emagrecimento, falta de apetite, feridas ao redor dos olhos, na ponta das orelhas e no focinho e conjuntivite. Apenas o exame laboratorial pode confirmar o diagnóstico.
5. Meu cão pode ter a doença, mesmo sem sintomas?
Sim, o cão infectado pode parecer sadio por um período muito longo. A manifestação da doença depende de cada organismo animal.
6. Onde posso fazer o exame do meu cachorro?
O exame pode ser realizado no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Florianópolis para os residentes no município, ou em clínicas veterinárias particulares.
7. Como é feito o exame de Leishmaniose Visceral Canina?
Através de um exame de sangue. Na rede pública, o Centro de Controle de Zoonoses faz o primeiro teste. Caso positivo, o exame é confirmado pelo LACEN - Laboratório Central de Saúde Pública. Normalmente o resultado fica pronto em dez dias. O exame também pode ser feito em clínicas particulares. Nesse caso, se der positivo, o veterinário irá notificar o Centro de Controle de Zoonoses.
8. Meu cão não tem a doença. Como posso prevenir?
Há várias ações que, em conjunto, podem ser tomadas pelo responsável pelo animal. Entre elas estão o uso de coleiras repelentes para o mosquito-palha, a vacinação contra a leishmaniose visceral, o uso de telas milimetradas em portas e janelas e evitar expor o animal no fim de tarde e amanhecer. O médico veterinário poderá orientá-lo sobre as coleiras e a vacinação.
9. Quais produtos repelentes são eficazes para o cão contra o inseto que transmite a doença?
São exemplos de repelentes para os cães: coleiras impregnadas e produtos aplicados entre os pelos da nuca específicos para mosquito-palha. É importante tirar dúvidas sempre com o médico veterinário ao comprar esses produtos.
10. Onde posso vacinar meu cão?
A vacina não é fornecida pelo serviço público, somente nas clínicas veterinárias particulares. É necessário o animal ser testado e estar negativo para Leishmaniose Visceral Canina.
11. Meu cão está com Leishmaniose Visceral. O que deverá ser feito?
As opções são a eutanásia ou o tratamento, aliado a todas as ações de prevenção citadas nas respostas anteriores.
12. Mas se tem tratamento por que a recomendação é pela eutanásia?
Porque o tratamento melhora a qualidade de vida do animal e alivia os sintomas da doença, mas não cura. O cão continua com o parasita no organismo e mantém o risco de transmissão. Por isso, mesmo sendo tratado, devem ser usadas todas as medidas de prevenção citadas nas respostas anteriores.
13. A eutanásia dos cães positivos é obrigatória?
A eutanásia não é obrigatória, mas é uma medida de saúde pública recomendada pelo Ministério da Saúde para o controle da doença. A decisão é do responsável pelo animal.
14. Se eu optar pela eutanásia do meu cão infectado, como funciona? Ele irá sofrer?
A eutanásia é um procedimento sem dor ou sofrimento, que pode ser feita pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) ou por um médico veterinário particular. Os responsáveis que tiverem interesse podem acompanhar o procedimento.
15. Se eu conviver, fizer carinho no meu cão infectado, posso contrair a doença?
Carinhos, afagos, lambidas ou até mordidas não oferecem risco para a transmissão de Leishmaniose Visceral. Contato com fezes, urina e outras secreções também não oferecem risco de transmissão. Doar ou abandonar o seu animal infectado atrapalha no controle da transmissão da doença e não alivia o sofrimento do seu cão.
16. O que devo fazer para prevenir e controlar a transmissão da doença?
É necessário que cada um faça a sua parte. Limpe seu terreno eliminando restos de folhas e frutos, lixo e fezes de animais, vedando as composteiras e evitando a umidade nos terrenos. Evite habitar em áreas de mata. Não deposite lixo em terrenos baldios ou locais inadequados.
Para proteção dos animais, use telas nos locais onde eles ficam e aplique produtos repelentes. Caso ele não esteja infectado, a vacina pode ser aplicada. Outra ação importante é a castração dos animais para controlar a transmissão da doença, uma vez que pode ser transmitida durante o acasalamento e da mãe para os filhotes.
Nas casas, faça a instalação de telas com menos de três milímetros nas janelas e portas da residência e use mosquiteiros nas camas.
Ao sair no entardecer, noite e amanhecer, principalmente nas áreas de mata, períodos e locais de maior atividade do mosquito-palha, use camisas e calças compridas, além de aplicar repelentes.
17. Outros animais podem contrair a Leishmaniose Visceral?
Animais silvestres, como cães do mato e gambás, também podem contrair a doença através da picada do mosquito-palha infectado. Gatos também podem ser infectados e por isso devem usar as mesmas mesidas de proteção que os cães.
* ABANDONAR ANIMAIS É CRIME. LEI FEDERAL N. 9.605/98.
* O MÉDICO VETERINÁRIO DEVE FAZER A NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DOS CASOS POSITIVOS DE LEISHMANIOSE AO CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DE FLORIANÓPOLIS. Portaria n°50 do MAPA
* EM CASO DE DÚVIDAS, ENTRE EM CONTATO COM O CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES (48) 3338-9004.
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